CORONAL HEATING PROBLEM - CAPA

Wolf Gadelha lança novo trabalho

Tempo de leitura: 4 min

“Coronal Heating Problem” chega depois de sete anos com muita vontade de soar psicodélico

Thiago Gadelha, músico de Olinda, Pernambuco, conhecido pelo pseudônimo de Wolf Gadelha, em parceria com Alberto Monteiro, está lançando “Coronal Heating Problem”. Tratado como psicodélico, algo usado para tudo agora que tenha fuzz, wah-wah e teclado, principalmente no meio do underground, fizeram um álbum com 7 faixas de um rock bem feito, fugindo dos estereótipos que se esperam de artistas do eixo nordeste. Há apontamentos de percussão – e isso não é demérito – que poderiam soar regional, mas não é isso que ouvimos durante todo o disco.

WOLF GADELHA por LUANA ALLYCIA
WOLF GADELHA por LUANA ALLYCIA

O título do álbum, “Coronal Heating Problem”, ou “Problema da Coroa Solar”, é como é chamado o mistério pelo qual a coroa solar revela temperaturas muito mais altas do que a própria superfície do Sol. Bom, essa explicação talvez seja o que mais possa ser tratado como psicodelismo neste trabalho, e para outros, a nova teoria do fim do mundo.

Produzido e com as gravações iniciadas há 7 anos, época em que Thiago tinha outra banda, chamada Casillero, viu o projeto acabar quando iriam gravar um segundo álbum. Com alguns esboços, ele não quis abandonar a ideia.

Eu já conhecia o Alberto Monteiro e sabia que era um músico muito talentoso, então arrisquei fazer o convite para mostrar esses esboços. O ano era ainda 2016 e, pelo motivo que talvez apenas ele saiba, ele se juntou a mim para fazer este disco

Thiago Gadelha

Começa então um processo a quatro mãos e vários instrumentos.

Eu escrevia, mandava para ele; ele ensaiava, escrevia e gravava ideias de bateria, execuções, e mandava para mim. Eu ouvia, dava também minhas opiniões e sugestões, e assim foi até que o repertório estivesse pronto

Thiago Gadelha

Em 2019, Alberto Monteiro finaliza em estúdio as baterias e, no meio do processo da gravação dos outros instrumentos, vem a pandemia do Covid-19, e mais uma vez, o projeto para.

O disco “Coronal Heating Problem” só foi concluído em dezembro de 2023. Ao longo das 7 faixas, o álbum mostra várias vertentes, que vão sim, de um pouco de psicodelismo, mas com muita verve de pós-punk, de funk clássico e rock inglês. Arrisco dizer que os últimos trabalhos do Arctic Monkeys (Tranquility Base Hotel & Casino (2018) e The Car (2022) tiveram certa influência, principalmente nos arranjos vocais.

Normal toda essa mistura, afinal, foram quase uma década repensando o conceito.

É um alívio concluir a ideia de tantos anos, revelar este retrato musical de 7 anos atrás, e uma sorte incomensurável ter o Alberto Monteiro nesse projeto comigo, na missão de concluir e contribuir com o que está proposto no álbum.

finaliza Thiago

O disco é todo bem amarrado! Timbres e linhas de guitarras bem construídas, um baixo que conduz em muitos momentos as melodias das canções e que contribui para o ótimo trabalho de bateria do Alberto Monteiro.

As três primeiras músicas imprimem todo o conceito do disco! Ponto alto para “Gigantic Sun”, com a participação do músico olindense Gilú Amaral nas percussões. “Amazing Maze” é a faixa que reforça toda a mistura de estilos, e escutem “An Overkill”, e me digam se não tem um quê de Alex Turner. Fechando em alta, “Very Few Things Matter”, a música mais pós-punk da atualidade de Olinda.

Avaliação: 3.5 de 5.

Ficha Técnica

Composições por Thiago Gadelha

Thiago Gadelha – Guitarra, contrabaixo, teclados, sintetizador, voz, back vocal.

Alberto Monteiro – Bateria

Arranjos por Thiago Gadelha

Arranjos de bateria por Thiago Gadelha e Alberto Monteiro

Gilú Amaral – percussão na faixa 02, “Gigantic Sun”.

Dmitri Ramus – Flauta na faixa 02, “Gigantic Sun”.

Ruídos por Thiago Gadelha e Fernando Athayde na faixa 05, “Uncomfortable at home”, e por Thiago Gadelha, Fernando Athayde, e Rafael Mariano na faixa 03, “And overkill (but not a lie)”.

Baterias gravadas no Estúdio Pólvora, em Recife, abril de 2019. 

Técnico de som/Engenheiro de gravação: Mathias Canuto.

Todos os outros instrumentos foram gravados no estúdio Toca do Lobo Records, em Olinda, entre 2019 a 2023.

Mixado e Masterizado por Thiago Gadelha, na Toca do Lobo Records, em Olinda. 

Ilustração: Fernando Athayde

Diagramação e capa: Luana Allycia

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