Capa Arte Bruta do Bike

Arte bruta e brasileira do Bike

Tempo de leitura: 4 min

A banda paulista Bike, lançou em 05 (cinco) de maio, seu quinto álbum — Arte Bruta — nas plataformas digitais, de forma independente, e com uma campanha via apoia.se para lançamento em vinil.

Mais um trabalho com vários elogios da crítica especializada, (inter)nacional, independente ou mainstream, confirmando a qualidade sonora de uma banda que cresce a cada trabalho.

Bike – Divulgação. Foto por Bel Gandolfo

Recém-chegados de uma mini turnê em terras americanas, com direito a shows no SXSW, e apresentação na lendária KEXP, rádio de Seattle, o Bike continua a mostrar seus shows em terras brasileiras, divulgando seu novo trabalho e suando a camisa.

Bike em apresentação na Rádio KEXP

Um disco de rock bem brasileiro

Com um título forte para o álbum, ao remeter a um conceito artístico lá do longínquo fim dos anos 40, pós-Segunda Guerra Mundial, que seria a autêntica expressão criativa do artista que, longe de padrões estéticos, colocava em suas obras, seus sentimentos e emoções, o álbum Arte Bruta do Bike, nos entrega exatamente isso, e, uma banda muito próxima de nossas raízes afro-brasileiras.

Com a produção de Guilherme Held, discípulo na guitarra de Lanny Gordin, e músico que já trabalhou com diversos astros da MPB, o Bike chega muito perto da psicodelia praticada pelas bandas brasileiras dos anos 60 e 70, uma comparação inevitável aos Mutantes, ou aos artistas da safra do Pessoal do Ceará, Tropicália e até de Jorge Ben.

Capa do álbum Arte Bruta

Melodias, ritmos e letras que lembram cantos africanos, uma sonoridade sensacional da cozinha, baixo (João Gouveia) e bateria (Daniel Fumega) da banda — um dos grandes destaques desse disco — e as belas guitarras, efeitos e harmonias vocais da dupla Diego Xavier e Julito Cavalcante, apontam para uma banda cada vez mais coesa e certa do que deseja.

Em pouco mais de meia hora, o Bike mostra faixas psicodélicas como Além-Ambiente, O Torto Santo, Clara-Luz, Traço e Risco, um momento kraut como em Filha do Vento, e as brasileiras afro-tropicais Cedro e Santa Cabeça (alguém falou em Bat Macumba?).

Por coincidência ou não, há uma sequência de músicas tendo o Céu como temática, meio que tentando trazer a banda para suas raízes mais rockeiras. As músicas, Além-Céu, Que vai da Terra ao Céu, O Encontro do Céu com a Terra, A Queda do Céu, mostram o lado mais experimental e “post-rock” do Bike. 

BIKE nos estúdios da KEXP, em Seattle, com a DJ Cheryl Waters. (foto por Jake Hansen)

Ainda há destaques para os interlúdios “Arcoverde” e “Yaripo”, que iniciam e fecham o álbum.

Sim, um disco com muitas referências do rock alternativo, e das influências psicodélicas que já são citadas a exaustão por eles. Com 13 músicas, em pouco mais de 33 minutos, certeiro e direto ao ponto, o Bike concretiza um dos melhores álbuns do ano.

Avaliação: 4 de 5.

Ouçam!

Ficha Técnica

Gravação de Gustavo Mendes & Guilherme Held

Gravado no Estúdio Held in São Paulo

Mixagem Guilherme Held

Masterizado por Fernando Sanches no Estúdio El Rocha

Produção de Guilherme Held

Letras de Julito Cavalcante

Músicas de BIKE, exceto ‘Arcoverde” e ‘Além-Céu’ de Guilherme Held e “Cedro” e ‘Yaripo’ de Guilherme Held e BIKE

Julito Cavalcante – vocals, electric guitar, acoustic guitar, garabiroba and percussion

Diego Xavier – vocals, electric guitar and acoustic guitar

Daniel Fumega – drums and percussions

João Gôuvea – bass, synthesizers and harmonium

Guilherme Held – electric guitar on Cedro

Arte e design da capa Juli Ribeiro

Fotos Bel Gandolfo

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