A banda Sprints lançou, em 05 de janeiro de 2024, seu já hypado álbum de estreia, “Letter To Self”, pelo selo independente City Slang, e super recomendado pela crítica especializada, como Uncut, Stereogum, Mojo e NME, com avaliações surpreendentes.
A banda é da nova safra do rock irlandês, como a ótima Fontaines D.C, e faz parte da fervilhante cena do pós-punk britânico que se renova ano após ano e nos surpreende com bandas como DeadLetter (Inglaterra), Dream Wife (Inglaterra), The Bug Club (País de Gales), Yard Act (Inglaterra), Lime Garden (Inglaterra) e tantas outras.
Os Sprints, que começaram em 2019, lançaram singles desde 2020 nas plataformas de streaming com uma pegada de explosão punk que, em alguns momentos, seguia a linha dos primeiros trabalhos do Idles. Já no primeiro EP, “A Modern Job”, em 2022, ficou claro o entrosamento e amadurecimento dos anos com pitadas do pós-punk.

Em 2023, já em processo de gravação, e com alguns singles liberados, a banda mostrou em “Letter to Self” um álbum mais coeso, maduro, mas sem perder a energia e sinceridade que chama atenção do público e crítica.
Segundo os integrantes, algumas influências ficaram evidentes e foram destacadas neste trabalho de estreia. Citam o primeiro trabalho de PJ Harvey, e Pixies e Fugazi como base para o novo disco, mas fica difícil não associar à bandas como o Hole, ou até mesmo o trabalho de estreia de Ida Maria, tanto pela crueza do som, como pelos berros e gritos roucos da vocalista e guitarrista Karla Chubb.
Melhor a cada faixa
O álbum faz jus ao termo sprint final, associado a atletas que começam as provas administrando os trabalhos para uma arrancada forte ao final da etapa. As três primeiras músicas mostram bem a essência da banda e a energia que os consagrou, mas a partir da quarta música, “Shaking Their Hands”, o álbum se aprimora e ganha mais musculatura.
“Can’t Get Enough of It” e “Literary Mind” são as músicas que mais se distanciam do início dos Sprints, mostrando para onde a banda irá se dirigir futuramente. Mas o caos sonoro de “A Wreck”, o single “Up and Comer” e a derradeira “Letter to Self” fazem o disco valer a pena do ouvinte que chegou até o final e nos convida para acompanharmos o que ainda virá do quarteto irlandês.
As letras também são outros pontos fortes e de destaque, ao dialogarem com temas atuais na sociedade, como ansiedade, diversidade, sexismo, TDAH, etc. Karla, a principal compositora dos Sprints, até o fim de 2023, dividia a banda com um trabalho como criadora de conteúdo sênior na LAD Bible Group, uma editora digital que faz trabalhos audiovisuais a temas que interessam ao mercado jovem, como saúde mental, meio ambiente e questões políticas. Dê um pulo no LinkedIn da Karla, que você irá ver a carta de despedida do mundo corporativo rumo aos palcos.
Com uma turnê concorrida por EUA e Europa no primeiro semestre, os Sprints vão se consolidando na cena e ficando fortes para o que vem por aí, como a fama, puxa saquismos e o fantasma de um novo disco.
Os Sprints são:
Karla Chubb – lead singer and songwriter
Colm O’Reilly – guitar
Sam McCann – bass
Jack Callan – drums