No garimpo virtual do rock, Diego Xavier já veio lapidado em duas joias do Underground
Ir atrás dos bons sons, e garimpar novos artistas, sempre foi o hobby e o ápice do bom apreciador da música. Para quem gosta de rock, aquele som velho dos primórdios do século passado, uma delícia maior ainda, pois com a Internet e as dezenas plataformas de Streaming disponíveis no dia a dia, ficou tão fácil isso, que ela já encurta esse caminho e te mostra toda essa gama da velha guarda e da nova safra. Claro que o famoso algoritmo se baseia naquilo que você escuta, e se você for minimamente aberto a ouvir novos sons, poderá se surpreender com o que for ouvir. Isso tudo para falar de como conheci o trabalho de um artista e suas duas ótimas bandas. Artista esse que é o DIEGO XAVIER.

Em 2020, no começo da pandemia ouvindo o PODCAST ABFP, o Jornalista Álvaro Pereira Jr cita uma banda que ele conheceu em uma das coletâneas do Danger Mouse, elogiando e se mostrando surpreso pela qualidade dos caras. Essa banda era a Paulista, BIKE. Paulista, porque os caras são de São José dos Campos, mais conhecido como Vale do Paraíba para quem é de Sampa, bem próximo a capital.
A coletânea era a 30th Century Records Compilation, Vol. 1, de onde a faixa “Enigma do Dente Falso” do primeiro disco do BIKE intitulado 1943, de 2015 foi tirada. Mas a faixa que o Álvaro tocou naquele dia no programa era “Boca do Sol“, do último e quarto álbum da banda, denominado Quarto Templo, que me chamou muita atenção e ficou em alta rotatividade no meu Spotify. O próprio streaming recomendou na sequência um som do Diego Xavier Trio (DX3). A música era “Problemas“, e foi mais uma música que ficou em alta rotatividade, que até entrou nas mais ouvida da minha parada de fim de ano.
Garimpando um pouco mais das duas bandas, vi que Diego Xavier era o cara por trás de uma das guitarras do Bike e que seu trabalho solo era tão bom quanto a sua banda principal, ambas de estilos diferentes, mas que vão uma respingar na outra. O Bike faz parte da leva de bandas brasileiras do Neo-Psicodelismo que apareceram no meio da segunda década no Brasil, junto com Boogarins, Oruã, Supercordas entre outras. O DX3 (Diego Xavier Trio) já puxa mais para o Indie rock, e o Low-fi das bandas americanas dos anos 90.
Os dois trabalhos do Diego Xavier primam pela qualidade musical, boas letras em português, ótimas melodias, e mostram que o Rock no Brasil continua nos mostrando bandas sensacionais nos Undergrounds do país
O Bike está com um trabalho novo no forno produzido pelo Guilherme Held, em processos finais de mixagem, mas que sairá provavelmente no começo de 2023. Enquanto isso eles estão tocando em festivais e shows pelo país, acompanhando e acompanhado pelo próprio Held. Já o DX3 está em processo final de gravação e pós-produção de um disco co-produzido por Fernando Sanches e a banda no lendário El Rocha em SP, que sairá em breve.
Tive o prazer de entrevistar o cara, onde falamos de seu início no rock, influências, a repercussão após sair na coletânea do Danger Mouse com o Bike, a carreira da banda na gringa, a realidade no Brasil, situação na pandemia e da pós-pandemia, novos lançamentos e rumos do BIKE e do DX3. Confere aqui no link.