Houve uma época, talvez aquela dos babies boomers, que jornalistas musicais, donos de gravadoras e hipsters, estavam sempre atrás do The Next Big Thing. Hoje, com tanta demanda e oferta, há uma enxurrada de novidades, e uma banda pode sobreviver ou não a ela. Neste cenário, há o Thus Love.
Vindo de Vermont, cidade americana que faz fronteira com o Canadá, a banda foi formada em meados de 2020, quando o mundo virou de cabeça para baixo por causa da pandemia de covid-19. Conheceram-se em uma festa de um coletivo – isso, festa na pandemia, que reconhecem não ter sido legal fazer, mas jovens são jovens – e logo viram afinidades entre os três integrantes.
O Thus Love hoje conta com o vocalista e guitarrista Echo Marshall, o baterista Lu Racine e o baixista Nathaniel van Osdol. Segundo uma entrevista ao jornal The Guardian dada pelo baterista, o capacete de um e a estranheza de outro, foram a chave para decidirem formar uma banda, uma conexão instantânea.
Decidem morar juntos para gravar um disco, já que teriam tempo de sobra. Após alguns singles disponibilizados nas plataformas de streaming em 2022, lançam o primeiro disco, Memorial, com uma sonoridade que remete às bandas dos anos 80. Guitarras limpas, dedilhadas e com reverbs, baixo marcante e dançante, e bateria precisa. Ainda há o jeito de cantar de Marshall, que segundo ele é inspirado em Grace Jones, mas para mim, tem uma mistura de Ian McCulloch com Tom Verlaine. Em resumo, um disco com melodias pop, rock preciso, direto ao ponto em 38 minutos.
Um som para todos, todas e todes
A referência à Grace Jones não é à toa, já que a banda se intitula como pós punk queer, e se reconhecem todos como transgêneros. Echo Mars, vocalista e guitarrista, se define nos pronomes, em inglês, “she/her”. Lu Racine, batera como “he/they”, e Nathaniel van Osdol, baixista, é “they/them”.
Do álbum Memorial, todas as músicas são ótimas, mas Repetitioner, que abre o disco, e In Tandem, que vem logo na sequência, chamam atenção. Soltaram recentemente mais um single com destaque, intitulado de Put on dog.
Com o hype inesperado segundo os integrantes, começaram a virar figurinhas carimbadas em festivais pelo mundo, onde em fevereiro estarão na Inglaterra abrindo shows do Dry Cleaning, e logo depois sendo escalados para tocar no SXSW.
A continuar assim, logo logo estarão em terras brasileiras para deleite de todes.
